quarta-feira, 17 de setembro de 2008

BRIC - Nasce uma nova ordem econômica

Muito se comenta ao redor do mundo, em face do novo abalo da economia norte-americana (deflagrada em meados do ano passado, pela crise do subprime), a respeito do BRIC. Pois bem, do que isso se trata? Em poucas linhas e de forma superficial, essa sigla corrobora o dito popular de que "o Brasil é o país do futuro".

Criado em novembro de 2001 pelo economista Jim O´Neill, do grupo Goldman Sachs, o acrônimo BRIC designa as iniciais dos países Brasil, Rússia, Índia e China, os quatro principais países emergentes na atualidade.

De acordo com projeções demográficas, crescimento de produtividade e acúmulo de capital, esse bloco de países tem potencial para se tornar a maior força da economia mundial em 2050. De acordo com o estudo, o BRIC será responsável por 40% da população mundial e terá um PIB de US$ 85 trilhões.

Muito embora não formem um bloco político, como a União Européia, ou um bloco de comércio como o MERCOSUL, e muito menos uma aliança militar, como a OTAN, os países que constituem o BRIC se baseiam em acordos e tratados de cooperação e comércio, com a finalidade de impulsionar suas economias individuais.

Individualmente, as nações que compõem o bloco apresentam mazelas das mais variadas, que vão desde a pobreza crônica que assola as camadas sociais mais baixas, às constantes disputas territoriais, próprias e alheias - como no recente caso envolvendo a Rússia e a Geórgia - passando pela questão da liberdade, tão questionada na China pós-comunista.

Todavia, se analisados conjuntamente, o potencial desses países é assombroso. Recursos naturais abundantes de uma parte e tecnologia de ponta de outra constituem um panorama encorajador de crescimento, que já se verifica em termos práticos. Outro aspecto de suma importância é o impacto que o bloco vem causando no cenário contencioso da OMC. Um exemplo claro disso se deu em uma reunião da OMC em 2005 quando, liderando países subdesenvolvidos, Brasil e Índia impuseram a queda de subsídios governamentais norte-americanos e europeus, favorecendo assim o crescimento de nações menos favorecidas e menos desenvolvidas.

Enfim, o que se espera desse bloco, é que de fato, venha a ser o que se espera dele, contrariando a opinião dos mais incrédulos que julgam a iniciativa fadada ao fracasso, em função das diferenças culturais e intelectuais patentes. Contudo, se houver comprometimento dos governos e fomento para a economia de base, no caso do Brasil, quem sabe um dia, não sejamos, de fato, o país do futuro.

Quem viver, verá.

(Para conhecimento mais aprofundado sobre o tema: BRIC.)


Naressi

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