Corre pelos corredores de Brasília um boato.
Eu sei, muitos boatos rolam pelos corredores da capital federal. Contudo, dentre todos os que rolam por lá, esse merece destaque.
Há uma movimentação para que seja proposta, no primeiro semestre de 2009, uma Emenda Constitucional com o propósito de alterar a vigência do mandato do Presidente da República, dos atuais 4, para 6 anos, restando excluída a possibilidade de reeleição.
Analisemos.
O primeiro aspecto é logicamente deduzido: o atual presidente ganharia dois anos de poder a mais do que o inicialmente previsto, quando de sua reeleição.
Todavia, o mote interessante da coisa está, digamos, nas entrelinhas. Com essa manobra política, a presente gestão inviabilizaria a candidatura de José Serra, atual governador do estado de São Paulo e pupilo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, à presidência, já que dificilmente ficaria 2 anos longe do poder, esperando pela época de nova eleição presidencial, bem como não se elegeria para outro cargo (ou se reelegeria governador do Estado) para posteriormente abdicá-lo e concorrer à presidência, a exemplo do que fez quando prefeito de São Paulo, renunciando ao mandato para candidatar-se ao governo do Estado, mesmo tendo assinado um documento, no qual se obrigava a exercer o mandato de prefeito em sua integridade.
Segundo uma pesquisa Datafolha divulgada em 31 de março de 2008, José Serra segue líder absoluto nas intenções de voto para a corrida presidencial de 2010, com percentuais variando de 36 a 38%. Veja que agora a manobra política em análise fica mais clara, não?
Sendo um dos fundadores do PSDB, partido historicamente oposto ao da atual gestão, José Serra, ao que tudo indica, venceria com folga qualquer candidato indicado pelo PT, haja vista que, mesmo batendo recordes históricos de aprovação, o presidente da República não consegue converter isso em votos para seus aliados.
Com essa manobra, a "situação" teria mais tempo para preparar um candidato para a corrida presidencial (já que a atual possível presidenciável Dilma Rousseff não tem se mostrado uma saída viável), e a "oposição" perderia talvez seu maior trunfo.
Em suma, a idéia que prevalece é a de que, sem um concorrente de peso como José Serra na disputa, o caminho do PT - e base aliada - para se manter no governo seria menos árduo. Pelo que se depreende dos números divulgados, aqui entre nós, faz todo o sentido.
PS1: não há nenhum juízo de valor na argumentação, apenas constatação de fatos.
PS2: o título do post remete à fictícia publicação dos bastidores do poder, editada pelo personagem de Danny DeVito, no longa L. A. Confidential.
Naressi
Eu sei, muitos boatos rolam pelos corredores da capital federal. Contudo, dentre todos os que rolam por lá, esse merece destaque.
Há uma movimentação para que seja proposta, no primeiro semestre de 2009, uma Emenda Constitucional com o propósito de alterar a vigência do mandato do Presidente da República, dos atuais 4, para 6 anos, restando excluída a possibilidade de reeleição.
Analisemos.
O primeiro aspecto é logicamente deduzido: o atual presidente ganharia dois anos de poder a mais do que o inicialmente previsto, quando de sua reeleição.
Todavia, o mote interessante da coisa está, digamos, nas entrelinhas. Com essa manobra política, a presente gestão inviabilizaria a candidatura de José Serra, atual governador do estado de São Paulo e pupilo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, à presidência, já que dificilmente ficaria 2 anos longe do poder, esperando pela época de nova eleição presidencial, bem como não se elegeria para outro cargo (ou se reelegeria governador do Estado) para posteriormente abdicá-lo e concorrer à presidência, a exemplo do que fez quando prefeito de São Paulo, renunciando ao mandato para candidatar-se ao governo do Estado, mesmo tendo assinado um documento, no qual se obrigava a exercer o mandato de prefeito em sua integridade.
Segundo uma pesquisa Datafolha divulgada em 31 de março de 2008, José Serra segue líder absoluto nas intenções de voto para a corrida presidencial de 2010, com percentuais variando de 36 a 38%. Veja que agora a manobra política em análise fica mais clara, não?
Sendo um dos fundadores do PSDB, partido historicamente oposto ao da atual gestão, José Serra, ao que tudo indica, venceria com folga qualquer candidato indicado pelo PT, haja vista que, mesmo batendo recordes históricos de aprovação, o presidente da República não consegue converter isso em votos para seus aliados.
Com essa manobra, a "situação" teria mais tempo para preparar um candidato para a corrida presidencial (já que a atual possível presidenciável Dilma Rousseff não tem se mostrado uma saída viável), e a "oposição" perderia talvez seu maior trunfo.
Em suma, a idéia que prevalece é a de que, sem um concorrente de peso como José Serra na disputa, o caminho do PT - e base aliada - para se manter no governo seria menos árduo. Pelo que se depreende dos números divulgados, aqui entre nós, faz todo o sentido.
PS1: não há nenhum juízo de valor na argumentação, apenas constatação de fatos.
PS2: o título do post remete à fictícia publicação dos bastidores do poder, editada pelo personagem de Danny DeVito, no longa L. A. Confidential.
Naressi
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