terça-feira, 4 de novembro de 2008

Eleições norte-americanas: twist do yankee doido

Segue um pequeno manual acerca do funcionamento do pleito nos Estados Unidos da América:

 

O Colégio Eleitoral, não o voto popular, define na verdade o presidente dos Estados Unidos. Conheça alguns detalhes sobre esse sistema:

- Há 538 delegados no Colégio Eleitoral, distribuídos entre os 50 Estados e o Distrito de Columbia (Washington, capital), segundo a representação deles no Congresso. Os Estados menores (que têm 1 deputado e 2 senadores) têm 3 delegados. A Califórnia, Estado mais populoso, tem 55 delegados. O Distrito de Columbia, embora não tenha representação parlamentar com direito a voto no Congresso, tem 3 delegados, como se fosse um Estado pequeno.

- Para se eleger presidente, é preciso ter mais de metade dos votos (270). Os delegados são designados pelo partido vencedor para votar em determinado candidato, mas nenhuma lei federal os obriga a seguir essa norma. Há diversos casos de delegados "infiéis", ou seja, que foram enviados para votar em um candidato, mas votaram em outro.

- Em 48 Estados e no Distrito de Columbia, o vencedor do voto popular leva todos os delegados. No Maine e em Nebraska (4 e 5 delegados, respectivamente), é possível haver divisão dos delegados, dependendo do resultado em cada distrito eleitoral (circunscrição que elege um deputado).

- O vencedor do Colégio Eleitoral pode ser um candidato que não tenha tido mais votos em nível nacional - isso ocorre quando o candidato derrotado vence por ampla margem em alguns Estados, e perde em outros por diferenças apertadas. Em três ocasiões, o Colégio Eleitoral escolheu o candidato que ficou em segundo lugar na votação popular - os republicanos Rutherford Hayes em 1876, Benjamin Harrison em 1888 e George W. Bush em 2000.

- Não existe uma sessão do Colégio Eleitoral. Os delegados se reúnem em cada Estado numa segunda-feira no começo de dezembro, e os votos são apurados numa sessão conjunta do Congresso em 6 de janeiro, duas semanas antes da posse. Há duas votações separadas e simultâneas, para presidente e vice.

- Quando nenhum candidato recebe a maioria no Colégio Eleitoral, a Câmara escolhe entre os três candidatos mais votados, mas cada Estado tem apenas um voto (ou seja, há uma votação prévia na bancada estadual). Isso aconteceu em 1800 e 1824.

- Quando nenhum candidato a vice obtém a maioria, o Senado escolhe entre os dois candidatos mais votados. Isso aconteceu em 1836.

- Esse inusitado sistema eleitoral foi resultado de um acordo obtido pelos autores da Constituição dos EUA, no século 18, entre os partidários da eleição direta e os defensores de uma escolha pelos legislativos estaduais. Temia-se, numa época prévia aos partidos políticos, que o voto popular ficaria diluído numa quantidade pouco razoável de candidatos, o que tiraria legitimidade do eleito.

 

Via Agência Reuters Brasil

 

 

Naressi

Um comentário:

Anônimo disse...

Que rolo, heim? Imagine esse esquema no Brasil: 534 Deps. votam num candidato, o povão em outro, aí entra o Senado e vota noutro. Resultado: elegem-se o Zé Loquinho (prefeito de Aparecida), o Paulo pipoqueiro, o Pedrão do Chapeu e o Severino Ôxente. Haja governo! Mor linha coerente de governança! Eita! Ou Ba ou Bama! Dá pra armar um Barack, ops, um barraco!